quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Ninguém ama impunemente.

Pode até parecer, mas não estou querendo dizer que quem ama merece ser punido. Muito pelo contrário! Quem ama merece ser amado, acima de tudo. No entanto, muitas pessoas vivem relações tão difíceis, tão cheias de obstáculos, empecilhos e dificuldades, que terminam acreditando que o amor, para elas, é quase que um castigo.

Falta de sorte no amor é uma crença fortíssima que muita gente alimenta e divulga aos quatro cantos. Porém, definitivamente não acredito que o amor contenha em sua essência qualquer coisa a ver com sorte. Estou cada dia mais convencida de que o amor é reflexo de dentro para fora, é algo que cada um de nós sente à sua maneira, no seu ritmo, com o seu conteúdo interno, obviamente, levando em conta que o amor só é amor quando tem o intuito de construir e nunca, em nenhuma circunstância, de destruir o outro.

O que a gente sente não está escrito em algum lugar ou predestinado para ser exatamente como está sendo. Se fosse isso, o amor perderia seu propósito, anularia a grande oportunidade de evolução e crescimento que traz consigo.

Portanto, aí está a razão da minha afirmação: ninguém ama impunemente, justamente porque esse sentimento chega na vida da gente trazendo um desafio absolutamente precioso e divino. O de exercitar a nossa capacidade de derrubar as máscaras, de rever as regras, de mudar conceitos e comportamentos, de olhar para nós mesmos e iniciar um processo de autodescoberta, de reciclagem e revisão de tudo o que acreditamos até então.

Claro que isso é doloroso, mas por alguma razão muito particular, parece-me que algumas pessoas optam por transformar o exercício de sentir num martírio insuportável. Vivem repetindo situações, padrões e comportamentos sem se darem conta de que a escolha é pessoal, de que elas mesmas se deixaram enredar por uma espécie de rotatória autodestrutiva!
Isto é auto-sabotagem! Somos mestres em nos sabotar porque temos medo da felicidade, do amor, da plenitude. Temos medo de não saber o que fazer com o que merecemos, com o que a vida pode nos dar. Assim, inconscientemente, repetimos encontros desastrosos e com finais frustrantes, desgastantes como que para reafirmar a nossa falta de sorte!

Pare!!! Saia da rotatória destrutiva! Encontre seu centro, sua essência, o verdadeiro amor que você deseja viver. Escreva, se sentir que isso torna seu desejo mais concreto, mais real. Descreva com detalhes, deseje com profundidade, reveja cada conceito limitante e desmotivador que você construiu ao redor do amor, do que esse sentimento significa em sua vida.

Permita-se algo maior, melhor, mais construtivo e evolutivo. Encare as suas escolhas afetivas como caminhos, como importantes processos para o seu crescimento pessoal. É nesse sentido que reafirmo que ninguém ama impunemente. Ou seja, amar deve nos remeter a um degrau acima, sempre. Mas entrar e sair das relações sem respeitar o outro, sem respeitar, sobretudo, a si mesmo, aos seus princípios de dignidade e ética humana é supor que o amor se assemelha a um tropeço, a um acaso, à mera sorte ou falta dela.

Sugiro que você ame aprendendo, ame refletindo, ame propositadamente, com toda a verdade que pode estar contida em seu coração. Porque se não for isso, se não for assim, está na hora de sair da rotatória.

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